“As juventudes partidárias não são só para abanar bandeiras
O tema é antigo, a discussão existe desde sempre, mas a discussão é sempre premente. Afinal para que servem as juventudes partidárias?
A resposta para muitos a esta pergunta seria simples “servem para dar voz aos jovens”, para outros, mais descrentes destes órgãos a resposta seria “servem para arranjar tachos e criar vícios”. Algures neste meio termo estará a resposta, sendo suspeito diria que servem para dar voz aos jovens, mas de uma coisa tenho a certeza, as juventudes partidárias não servem só para abanar bandeiras. Aos jovens, membros destas estruturas, deixo uma mensagem, se já existe um estigma quanto a estas organizações, não caiam nele, aproveitem a vossa posição para abanarem as vossas ideias e não apenas as bandeiras da vossa juventude partidária.
Numa altura em que a discussão se tem adensado, com novos partidos a decidirem não ter destas estruturas, cabe aos jovens, que nelas militam, mostrar no que são úteis à sua comunidade e não dar razão aos nossos críticos que nos acusam de ser uma escola de vícios ou uma marioneta dos caciques partidários. No que concerne ao meio em que estou envolvido, nomeadamente à estrutura da organização a que pertenço uma coisa é certa, nós escolhemos dar voz aos jovens e corresponder às suas ambições, decidimos que mais do que abanar bandeiras, neste período autárquico íamos abanar ideias. Propusemos para os nossos seniores a criação do “Espaço Sénior”, seguindo um modelo próximo ao da casa da juventude. Se não esquecemos os mais seniores não esquecemos também os mais jovens, propusemos um projeto de formação político-financeira, para que os jovens do nosso concelho estejam mais cientes da realidade que os rodeia. Na saúde apresentamos um projeto de saúde mental junto dos mais jovens, a famosa doença silenciosa, que mais recentemente tem sido mediatizada pelo caso de Simone Biles, a atleta olímpica americana que desistiu dos Jogos de Tóquio para se focar na sua própria saúde, foi também objeto da nossa atenção.
É assim que nos comprometemos a estar na política, completamente soltos, completamente livres, apenas presos às nossas ideias, sendo elas o mote da nossa ação e sendo o objetivo único a melhoria da nossa comunidade. É para isto que servem as juventudes partidárias, para serem uma voz ativa da sociedade, uma estrutura reivindicativa dos jovens, mas com foco em toda a população, para servir os interesses comunitários e não os interesses próprios. Só assim as juventudes partidárias serão úteis à sociedade, a abanar ideias, porque as juventudes partidárias não são só para abanar bandeiras.”
João Fontes
Presidente da Juventude Popular de Famalicão
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