Com e pela mão da maioria dos partidos – PSD, CDS-PP, PS, BE, PCP e PAN – a ajudinha sub-reptícia do Chega que se absteve, mas com a determinação e coragem política do Iniciativa Liberal que votou contra, desagregaram-se 135 freguesias, repondo-se mais 302.
Em 2013, devemos dizê-lo e recordá-lo, com a crise e a vinda da Tróika, de 4.260 freguesias, passámos para 3.092, registando-se uma redução de 1.168. Agregaram-se e constituíram-se em Uniões de Freguesia. Emagreceu-se esse universo institucional-administrativo.
Agora, quase se volta a esse passado. Vamos ficar com 3.395 freguesias, porque assim o quis certo povo, pouco dado a perceber das coisas da vida da política; certo povo que anda a reboque dos senhores políticos; certo povo que se toma de amizades com os que querem e vão ser presidentes de Juntas e de Assembleias de Freguesia. Certo povo gosta disso. Certo povo não percebe que a maioria dos partidos continua a cavalgar naquela máxima conhecida: “dividir para reinar…”.
Mas esta alteração, que apelido de brincadeiras com coisas sérias, porque unir é ter força… unir é ter maior representação…unir é assumir mais rosto…unir é congregar o tal povo. Unir, num quadro de certos territórios tão pequenos, como acontecesse no nosso Minho, retalhado ao máximo dos máximos, não significa apartar pessoas, cortar a sua identidade cultural e castrar tradições. É o contrário…porque num espaço limitado de terreno não acontece um mosaico tão diversificado de culturas e de tradições. Isso é uma utopia, apresentada pelos senhores políticos que estão interessados em ser presidentes, disto ou daquilo, no caso, presidentes de Juntas…, as da pequenina freguesia deles.
No Concelho de Famalicão apartam-se a de Ruivães e de Novais; a de Gondifelos, Cavalões e Outiz; a de Esmeriz e Cabeçudos; e, ainda, a de Avidos e Lagoa. Eram Uniões passam a ficar isoladas, únicas.
A desagregação destas e de mais umas quantas, na ordem das 300, a nível nacional, vão custar ao Estado, por ano, o que mesmo é dizer aos bolsos de cada um dos contribuintes portugueses, qualquer coisa como 30 milhões de euros. Indecente e má figura este esbanjar de dinheiros.
Só uma nota – já sei que me vão chamar fascista, mas é para o lado que vou dormir melhor: no Estado Novo o número de freguesias eram 3.702. Depois do 25 de Abril passaram para 4.260. Ainda me lembro que uma das divisas do objectivo da revolução era acabar com os tachos…
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