Entretinha-se – expresso-me assim – a levantar (não quero utilizar a palavra adequada) malas, nos tapetes dos aeroportos de Lisboa e de Ponta Delgada, nos Açores. Estava a ser investigado pela PSP, desde Novembro passado.
É ou era (aguarda-se a posição do responsável partidário, André Ventura, sempre tão lesto a malhar quando situações menos boas pintam a nossa sociedade), mas dizia: é ou era deputado do Chega pelos Açores. Tinha, por isso, enquanto deputado, responsabilidades maioras e acrescidas. Não tem um vencimento qualquer, de um reformado de último escalão, com uns míseros 300 euros. Não precisava de andar a desviar bagagens, digo eu.
Por ele, de dentro do partido, veio quem o defendeu. Está no seu direito. Mas o dito deputado já veio dizer que se dedicava a retirar malas que não eram dele. Mas atacamos que não poderia negar, porque o sistema de video-vigilância do aeroporto de Lisboa é seguro e registou imagens desse deputado a levar o que não era seu.
Das duas uma: ou é cleptomaníaco, isto é, tem desejo de roubar bens dos outros, o que pode ser verdade, levando a ser tratado; ou tem a tentação de ver se, na bagagem de outros, viajam valores estimados com elevado preço para, depois, ele vender e obter boas notas.
Uma coisa é que não pode ocorrer, como já se soube hoje: esse mesmo representante dos Açores pelo Chega não pode estar protegido pela lei que lhe permite passar a ser deputado independente. Ele não tem condições para o ser, muito menos para estar na AR, a casa da democracia.
O presidente do Chega, André Ventura, a propósito deste caso vergonhoso e pitoresco, afirmou, há momentos (cito): “quem se desvia não tem aqui lugar”. Mas o deputado, para se safar e tirando partido da lei, diz que pode passar a independente ou a deputado não inscrito. Mas Ventura diz que não permitirá que ele continue como “não inscrito”.
No melhor pano cai a nódoa, como diz o povo. O pior é que já começam a existir, a nível dos nossos representantes, muitos panos com nódoas a mais…
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