O passe verde ferroviário, já implantado pelo actual Governo, pela módica quantia de 20,00 euros mensais, dá acesso aos Inter-Cidades (com reserva de lugar 24 horas antes), Regionais, Inter-regionais e Urbanos de Coimbra.
Tenta ser uma aposta na ferrovia, na ala ou vector passageiros, para incrementar esse meio de transporte e estancar a progressão do volume de trânsito nas rodovias, com vista à redução de emissões de carbono.
Mas, e olhando a diminuta oferta da transportadora ferroviária nacional, a CP/Comboios de Portugal, é de esperar que este modelo não passe de uma ilusão ou de um projecto falhado. Presentemente, como é sabido, os comboios, especialmente os regionais e urbanos, nas horas de ponta e em certos trajectos de grande afluxo de tráfego de utentes – regiões da Grande Lisboa e do Grande Porto e, ainda, na área de Coimbra – mostram-se lotados.
Recordo que, e na Alemanha, já faz uns 10 anos, também foi lançado um passe idêntico, mas não logrou atrair os que se moviam de automóvel. Ficou aquém das expectativas governamentais.
Registo que, e da pesquisa realizada pela nossa redacção, a Associação Europeia de Operadores Ferroviários Independentes, a Allrail, veio alertar para o facto de o novo passe trazer a “canibalização do mercado único ferroviário” da UE, apelando à intervenção dos decisores políticos. Essa Associação manifesta essa preocupação para garantir – revela – “uma concorrência justa”. E particulariza, a propósito: “O preço extremamente baixo do novo passe ferroviário é claramente insustentável; irá canibalizar todas as tentativas de abertura do mercado do transporte ferroviário de passageiros de longa distância”.
Por outro lado, o que carrega outra preocupação, aquela Associação, citando Diogo da Silva Branco Magalhães, ‘bid director’ na Deutsche Bahn (caminhos-de-ferro alemães), divulga uma situação realista: “a receita resultante deste novo passe ferroviário pode nem sequer cobrir um terço do custo do serviço“.
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