Reportagem de António Barreiros
Todo o tipo de relatos de episódios menos agradáveis que, ao longo dos últimos 15 a 20 anos, ocorreram nas paredes da Artave – Santo Tirso, do universo do ARTEMAVE (Associação de Promoção das Artes e Música do Vale do Ave), após o nosso Órgão de Comunicação ter divulgado a suspensão do Director em funções, têm chegado à nossa Redacção.
Uma mãe, que nos pediu anonimato, ancorada no facto dos casos relacionados com a sua filha estarem em segredo de justiça, contou-nos um rosário de situações. A filha que, e por medo, se manteve em silêncio, durante algum tempo prolongado, com receio de retaliações, acabou por despejar um saco de cenas nada dignificantes de que foi vítima pela banda de um professor, um dos protegidos do ex-director.
Está, aliás, por razão disso, a decorrer, confidenciou-nos a nossa testemunha, um inquérito no Ministério Público, perante as queixas que apresentou. Esse docente, no dizer dessa mãe, nalgumas aulas, não se coibia de, socorrendo-se da imagem de instrumentos musicais, os associar a figurativos sexuais, numa linguagem imprópria e obscena.
Perante isso, a mesma mãe denunciou os factos à Direcção Regional de Educação do Norte que respondeu – segundo a queixosa – com terminologia “alucinante e desprezível”. Foi em razão dessa resposta que a progenitora da aluna remeteu um email ao então, por essa altura (Dezembro.21) Secretário de Estado da Educação, João Costa, o qual remeteu a queixa à Inspecção Geral de Ensino.
O assunto nessa Inspecção – revelou a nossa fonte – andou ”a passo de caracol”, conhecendo atrasos sucessivos, desde aquele referido mês, até cerca de finais de 2023.
Cansada desses atrasos, decidiu a mãe da já mencionada discente, escrever ao Ministro da Educação e Ciência, João Costa. Incrédula, recebe um mês depois um relatório da dita-cuja Inspecção, informando-a que o caso havia sido arquivado, mas dava nota de que a situação de dinheiros que, também, aquela mãe denunciara, deveria ser reportada ao MP. Foi o que fez, aguardando os resultados.
Quanto a nossa Redacção apurou, o professor denunciado por essa mãe, cujo processo está em averiguações por esse Departamento de Justiça, foi sempre um protegido e a “cara” do ex-Director, recentemente suspenso de funções.
Uma outra revelação, no descritivo da nossa testemunha, baseiam-se em questões financeiras que denunciou, as quais se prendem com pedidos de valores que lhe foram apresentados pela Artave para liquidar aulas aos sábados (não existiam – esclareceu-nos), fotocópias e, ainda, substituição de salas.
Como nota final, usando a narrativa dessa mãe, é que o ex-Director “usava as pessoas vulneráveis para ele próprio fazer o que bem entendia ou lhe dava na real gana…”. Esta testemunha vem na linha do que soubémos de outras fontes.
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