As eleições, as próximas, digo-o com tristeza e angústia, não me oferecem esperança de mudança.
A democracia por cá não se vive em pleno. Deveria ser um exercício de alternância, de mudança de políticas, de políticos, de deputados e de caras.
Mas não. Há rostos que se eternizam. Há rostos que se repetem, ano após ano. Colam-se às cadeiras dos poderes… Já cansam. Sempre os mesmos, na maioria. Por vezes, mudam de Círculo Eleitoral…só para nos entreterem. Há um, representante de um arquipélago, que é filho de um dos chefes, de um dos partidos no nosso mosaico partidário… parece que vivemos em sucessão dinástica. Mas há, também, familiares de outros deputados. Um círculo vicioso que já foi assim.
O povo já se acomodou, infelizmente. A malha de gente que anda por Lisboa, nos corredores da política…acomodou-se, também. Aqueles passam as passas do Algarve. Estes, os políticos nem por isso.
Se a política caiu no lodo, os políticos já se empastelaram no lamaçal. Vivem nos palácios do compadrio, nas mesas das corrupções e nos gabinetes despesistas do Estado. Vivem das clientelas.
O País está vergado aos políticos. O povo, pasmado e silencioso, nem tem forças para se apresentar e lhes dizer umas quantas na cara…
Em Lisboa, vagueiam as intrigas. As fogueiras estão acesas com cavacas para se queimar quem tenha a coragem para denunciar. Em Lisboa conspira-se a torto e a direito, porque é o salve-se quem puder para apanhar os tachos que estão a saldo. Os partidos distribuem-nos como entrega chocolates à criançada em dia de festarola…
Torto está o Ensino, a Saúde, a Justiça e mais a Segurança. Torto e sem se endireitar é não se escrutinar a vida pública. Torto é deixar que a censura encapotada se continue a exercer a belo prazer dos políticos, dos governantes e dos que têm poderes nas mãos e no exercício das suas funções. Torto é alguns funcionários públicos ditaram leis, à sua maneira, como se a Repartição ou o Departamento em que exercem cargo…seja deles. Quem sabe se à espera de uma gorja. Torto é saber-se que aos do regime tudo se lhe é permitido… Torto é o País, Portugal, que não soube aproveitar a democracia, o Estado de Direito para se firmar como Nação Independente e capaz de ter Planos para fazer felizes os seus filhos, os portugueses. Torto é desperdiçar verbas, dos nossos impostos, para fazer TGV´s, a mando da EU… Torto é não dar dignidade humana a milhões de portugueses que vivem com vencimentos exíguos e reformas de miséria.
Invade-me um sentimento – tenho que vos dizer, o que me desalinha e irrita – de clara frustração por todo este panorama. Além disso, atirar para o lixo, em cada eleição legislativa, cerca de 750 mil votos, é um desrespeito por quem vai exercer esse direito que a democracia concedeu.
Portanto, posto isto, quero concluir:” fica tudo como dantes, quartel-general em Abrantes», como é dito popular…
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