Os protestos de agricultores que explodiram na Alemanha, primeiro; depois, em França, já faz uns dias, acaba de alastrar em Portugal, de norte a sul e, também, de leste para este.
A agricultura, ao longo de anos e anos, tem sido um parente pobre do sector primário. Mas tem sido, também, um sector com alguma protecção. Da União Europeia, mas sem uma expressão que permita sossegar quem, de sol a sol moureja nas terras, chegaram, nestas últimas décadas, milhões de euros. Os agricultores queixam-se que, e nem sempre, os subsídios que provêem da Europa têm sido bem entregues e a indefinição de programas vem obstando a remodelar, redefinir e reprojectar a agricultura nacional.
Os novos pacotes anunciados pela UE, para França e para outros Países do velho continente, incluindo Portugal, não são de molde a sossegarem os agricultores…apenas são paliativos – dizem representantes dos homens da terra.
Os mais críticos não se calam. Hoje de manhã, num dos canais televisivos nacionais, um agricultor alentejano não se coibiu de atirar palavras que, em seu entender, retratam as políticas que têm sido aplicadas e ofereceu a causa: “com o nosso complexo nacional de esquerda que o País vive, o reflexo disso está à vista”. Um outro, do Baixo Mondego, que transitava com o seu tractor de Montemor-o-Velho para Coimbra, deixou, em desespero, uma frase que já corre pela Europa: “o nosso fim…será a vossa fome”.
Por França, pela Bélgica e, também, pela Alemanha agitam-se os agricultores. Por cá, como por simpatia, os agricultores portugueses acordaram e quiseram, na manhã de hoje, mostrar a sua raça, ou seja, a sua determinação, a de se manifestarem contra as políticas do sector, o nacional e o da própria UE.
Cá dentro, nalgumas partes do sul, do centro e do nordeste, já existem estradas e auto-estradas cortadas por tractores dos agricultores que se propõe chegar, primeiro, às Delegações de Entidades Regionais da Agricultura e, depois, a Lisboa, onde está a sede do Ministério do sector.
As crises, em tempos de precoupações e de inflações, tendem a minar a economia, a estabilidade social e profissional, assim como a segurança.
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