Apetece-me voar…sem asas, percebendo a minha condição. Voar, voar…sem destino. Voar, voar… é liberdade.
Por este tempo e a este tempo, com tanta incerteza e um País a debater-se com mais uma crise política, a aguardar eleições em Março, apetece-me voar, voar…em pensamentos.
No meu País, este onde eu vivo com todos os meus compatriotas, a esperança, a de um Portugal melhor, para todos e de todos, foi-se espraiando, diluindo-se nas espumas das marés.
No meu País, o que conheço faz mais de 60 anos, os políticos deixaram de o ser, passando a representar o seu papel mais baixo, o de influencers – palavrão, um anglicismo – para significar que cometem crimes de tráfico de influências, a que, e geralmente, está associada a corrupção activa e passiva. Sempre crimes difíceis de provar e, ainda, que alguns certos técnicos da justiça, os advogados, sabem como dar a volta ou perfurar as leis para, com esta magia, artefacto do labirinto do sector, apresentarem recursos sobre recursos e não só que levam à prescrição dos processos.
No meu País, com uma História de séculos, de Reis e Rainhas de substância intelectual, que sulcou mares, abrindo Mundos, falta-nos, por estes tempos, sonhar com uma vida digna, com salários compatíveis com o nível de vida, com casas para se residir, com um SNS que nos receba e saiba curar; com um Ensino modelar e moderno, mas que inclua Cidadania; com uma justiça para todos, mas todos…sem olhar a classes sociais ou à carteira; com segurança; com o voar da gaivota, a da esperança de um presente e de um futuro melhor.
No meu País, com recantos que fazem inveja a qualquer visitante; com monumentos que visualizaram cenas de sonho; com gastronomia das mais saborosas do Mundo; com vinhos de castas das mais afamadas do planeta; com um povo de bom coração e hospitaleiro; e com tudo, mas tudo para dar certo…faltam-nos políticos e políticas que se movam pela missão de servir.
Para o meu País gostava de convocar uma pequena parte da letra do poeta Alexandre O´Neill, conhecida como Gaivota. Permitam-me citar, porque tem, bem ouvida, uma mensagem (Cito): “Se um português marinheiro dos sete mares andarilho fosse quem sabe o primeiro a contar-me o que inventasse, se um olhar de novo brilho
no meu olhar se enlaçasse”.
Sabemos ser aventureiros, também inventores…somos, ainda, sonhadores.
Está chegado o tempo de, como a Gaivota, que voa sóbria, em liberdade, sem medos e exposta aos ventos…nos darmos ao trabalho de mudarmos mentalidades, apearmos vícios, arredarmos políticos, de nos deixarmos de ladaínhas que nos penalizam como homens e como Cidadãos portugueses.
Deixemo-nos embalar pela Gaivota, a que nos possa levar a voar…no vôo da esperança de um Portugal maior, de e com os nossos sonhos…para termos um coração que nos guie a bom porto.
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