Um casal está a viver, sem o mínimo de condições de salubridade e higiene, num pequeno edifício térreo abandonado, da Sapec Adubos, na Freguesia de Calendário, em Famalicão.
Essa estrutura física está situada num terreno particular, na Rua António Santos Oliveira.
“Estamos aqui, porque fomos convidados a sair da casa onde estávamos, porque o senhorio pretendia aumentar a renda. Ora, a reforma não dava…nem quase para comer, quanto mais…” – palavras do cidadão que não identificámos, por razões óbvias, à nossa reportagem.
“Não somos drogados nem criminosos. Entristece-me que o País que me viu nascer e para o qual trabalhei, mas sempre com baixos ordenados, por ter andado na construção civil, não me possa dispensar, na minha velhice, uma casa, a preço controlado, para viver dignamente” – comentou ainda, mostrando uma face amarrotada e triste.
Receberam-nos bem. Nem um azedume de palavras. Discurso escorreito da parte dele. Dissémos que não íamos para denunciar, com o intuito de os expulsarem do local que lhes serve de guarida nocturna, um espaço lúgubre. Afirmámos-lhe que queríamos ajudar, informando quem de direito e dando conta à comunidade Famalicão.
Fomos ver a realidade. O portão de acesso tem um cadeado que os nómadas, ali residentes, manobram sempre que pretendem entrar ou sair. Está lá um cão. Existem desperdícios encostados ao muro, como plásticos e invólucros de iogurtes. O espaço não tem luz nem água. Para dentro do pequeno edifício não se vê grande coisa, mas nota-se que tem vivido ali gente.
Os vizinhos estão preocupados com a vida dessas duas pessoas, pelo que pediram a presença da PSP que fez deslocar ao local, dias atrás, quanto apurámos, uma patrulha, para proceder ao levantamento da situação. Na Câmara, também soubémos, já caiu uma nota dessa força policial.
Entretanto, o nosso órgão de comunicação social, junto de fonte do Município, soube que, e geralmente, a presença de pessoas em terrenos praticamente abandonados, mas privados, conhece um processo moroso e muito burocrático, o que impede, as mais das vezes, as autarquias e, também, as Autoridades de, em tempo célere, apresentarem uma resolução para esse tipo de casos.
Não temos nada contra as pessoas que ali procuraram abrigo. Que fique claro. Há que averiguar da sua condição social e humana para, e em conformidade, as Entidades, em conjugação de esforços concertados – Segurança Social, Município, Junta de Freguesia, PSP, Polícia Municipal e outras tidas por convenientes, como Misericórdia e IPSS – possam encaminhar os que ali vivem para uma nova esperança de vida ou indicar-lhes uma forma de conseguirem alojamento. Terem vida…digna.
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