A comunidade joanense celebrou as festas em honra a São Bento.
A Capela alberga São Bento e Santo Amaro. A devoção e fé é muita, de quem ali cuida aquele espaço de culto.
Cheguei à Capela, na Vila de Joane. Senti o trabalho que ali se realizava, por homens e mulheres. Dedicados a moldar o tapete para a procissão, em honra do patrono daquele templo.
Agostinho é um homem de fé, contava-me, que há uns anos atrás teve um acidente, “foram os verdadeiros amigos que me ajudaram, nas horas difíceis da minha vida.” Disse ter tido muitos amigos, até o Padre, que pertenceu à paróquia, já falecido, o ajudou. Quando o iam visitar – os amigos – perguntavam-lhe: “Agostinho o que é que faz falta?” Encolhia os ombros, disse-me, gesticulando. “Pegavam em dinheiro e deixavam-me, para que eu pudesse alimentar a minha família” – acrescentou. Disse-me ter chorado “muitas horas e muitos dias”, depois dos médicos lhe terem dito que nunca mais sairia da cadeira de rodas, que o transportava na altura. “Apeguei-me com o Santo Amaro. Diziam-me que não há milagres, mas Santo Amaro concedeu-me um milagre. Não sou um homem como você”, apontando-me o dedo e, conclui, “não tenho a força para pegar em muito peso, mas hoje, pelo menos posso andar” – contou Agostinho, com um sorriso no rosto e o olhar manifestava felicidade.
A azáfama era muita. Paulo, o timoneiro do grupo, o responsável pela comissão de festas, estava preocupado. Nada podia falhar, senti a sua preocupação. Mas, constatei que tudo estava a correr bem, quando um Joanense para o carro e o elogia pela noitada que ali se tinha vivido na noite anterior. “Gostei muito, estais de parabéns e o fogo foi bom! ” – elogiou o conterrâneo.
Há hora da celebração da Eucaristia, tudo estava pronto para honrar o Santo da Romaria.
À tarde a comunidade juntou-se para a procissão, iam chegando e entrando na Capela para cumprir as promessas a São Bento.
Há hora marcada o pároco da freguesia, o padre Avelino dos Santos Mendes presidia as cerimónias religiosas. A Fanfarra dos Escuteiros, os andores, confrarias e fiéis alinharam-se, para dar início às cerimónias.
A procissão percorreu as rua daquela Vila, peregrinando até ao Cruzeiro, situado no Largo 3 de Julho. Regressada à Capela, terminou com a bênção, do Santíssimo Sacramento e a festa continuou com a atuação da Fanfarra do Agrupamento dos Escuteiros de Joane e do Grupo ‘Vozes do Tâmega’.
Susana Silva colaborou com o marido, “é muito trabalho, são meses difíceis, com a ajuda dos populares, mas não é muito, muito fácil. Há muito esforço por fora” – contou, acrescentando que “o leilão rendeu bastante, foi uma das bases que nós tivemos para a festa e apostas foi no leilão, foi onde ajudou mais um bocadinho” – garantiu Susana.
Com seis elementos na comissão “somos todos jovens, lutamos o mais que pudemos, porque não é fácil. Pedimos porta-a-porta, com o leilão que fizemos, os fundos foram muito melhores, tivemos muito mais conforto para fazer a festa e, para nós, é um orgulho enorme, dar início e acabar a festa em beleza” – contou Paulo Faria.
A alegria, o convívio e as danças viviam-se ao lado da Capela de São Bento e Santo Amaro.
Ali vivem-se duas romarias, durante o ano, uma a 15 de Janeiro – Venera-se o Santo Amaro – e em Julho, no fim-de-semana a seguir ao dia 11, a festa a São Bento.
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