O panorama, de miséria humana que se vive em Moçambique, passados que estão quase 50 anos de Independência, motiva a nossa Redacção a falar do tema.
A pobreza, em Moçambique, eleva-se a cerca de 70%. Um amigo moçambicano, bem posicionado na vida pública do País, face a essa imagem, apelou-nos de generosos porque – disse – o índice de pobreza deve situar-se nos 85%, de uma população de 31.6 milhões. Essa percentagem corresponde a quase 27 milhões de pessoas, vivendo em miséria extrema, com menos de 1,5 euros por dia. Esse exorbitante número de moçambicanos que vivem na pobreza não tem acesso ao essencial, ou seja, à educação, à saúde, à água potável, à alimentação com o mínimo de refeições por dia, à electricidade, ao básico.
O Governo veio dizer, agora, que quer atingir, até 2036 uma pobreza de 38% da população e, depois, até 2043, passá-la para 28%. O censos, aponta para que Moçambique já tenha 47 milões de cidadãos, em 2043. Ora, estar-se-á a falar, por esse tempo, de 13 milhões de pobres.
O caminho é difícil para essa meta – quanto a nós que conhecemos bem esse País – porque Moçambique continua mergulhado num dos mais altos índices de corrupção generalizada. Acresce a isso que tem falta de Planos Estratégicos. Tem uma produção frouxa e falta competitividade, além de apresentar falhas profundas no desenvolvimento do capital humano, isto é, não dispõe de quadros que lhe possam sustentar o desenvolvimento.
Após ser um País Independente, Moçambique desbaratou biliões de dólares de ajudas de Países curadores, como os USA, a EU e outros, desviados por gente do Governo e do partido que o sustenta, a Frelimo. Moçambique é uma Nação rica, mas sem Projectos que sirvam para lhe dar futuro. Até o mar, com uma costa de cerca de 3 mil kms de extensão, é rico.
Concluiríamos, afirmando que não acreditamos que a pobreza seja diminuída, até essas duas metas – 2035 e 2043 – como está definido. Acreditaríamos se a mentalidade registasse uma reviravolta, do político ao cidadão. Mas quem suceder ao que está, terá de ser gente de fibra e que arrisque, além de ter as costas protegidas e quentes…
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