Há Associações de Bairro, encaixadas na Cidade, com a bengala benfazeja do Município que se remetem às secretárias que mobilam o espaço que ocupam. Resta-nos esta afirmação, perante o que constamos, em caso que temos vindo a acompanhar, com a maior honra de princípios humanos e cristãos.
Vive, aqui perto dos nossos estúdios, uma senhora que, por razão da sua condiação pessoal – ileteracia, problemas psíquicos, mentais e outros – decidimos apoiar, orientando, para que possa receber ajudas e consiga sobreviver, em face da mísera reforma por incapacidade que aufere…
Uma Associação da Cidade que, e por enquanto nos abstemos de revelar o nome, não lhe tem prestado o atendimento mais consentâneo com a sua condiação. Hoje mesmo, a dita Cidadã foi lá, ao Gabinete de Atendimento e Acompanhamento Social, e a resposta recebida não lembra ao diabo, porque estamos a viver a quadra natalícia.
Temos aqui, à nossa frente, na nossa secretária da Redacção, o papelinho que lhe foi entregue. O atendimento tem o nr 252-501700. No citado papelinho é indicado que a utente se deve dirigir ao mesmo Gabinete, o de Atendimento e Acompanhamento Social, no próximo dia 28 do presente mês, que vai ser na próxima 5.a f. E é escarrachapado o nome do técnico, mas sem esquecer o título: Dra. Fulana tal…
Contimnuamos a viver, pós 50 anos de introdução da democracia e da liberdade, sob a égide de títulos Académicos e outros. Por aqui, por esta Redacção, somos mais pelo brio da acção dos que estão nos serviços públicos, pela sua dedicação, pela sua entrega e pela sua forma de atender os que mais precisam, como esta senhora nossa vizinha que passa dificuldades, do que pelos penachos, sejam eles quais forem.
Atirar para depois do Natal a entrega dos alimentos a que ela tem direito não passa pela cabeça de ninguém…só nesse Gabinete atrelado a uma Associação, com sede num dos Bairros da Cidade, a de Famalicão.
Não podemos deixar de perguntar: Como é possível que uma ou outra técnica – só se a mercearia de que dispõe esgotou o universo dos produtos alimentares que deve ter nesta época do ano – vai para casa, neste tempo de Natal, com a consciência tranquila e possa dormir descansada, se não fez tudo, mas tudo, para entregar a uma das pessoas que depende desse Gabiente de Atendimento e de Acompanhamento Social, o seu pão? Nem para a Noite nem para o Dia de Natal?
Há quem tenha na mesa bacalhau, batatas, azeite e outras iguarias…Mas há quem, como esta cidadã de ao pé da porta dos nossos estúdios, pode ficar a olhar para o prato vazio… Não acontecerá, porque há, ainda, corações de amor ao próximo. Aqui, na Freguesia de Calendário, há uma outra senhora, com estebelecimento comercial nesta área, que convida aquela para a ceia de Natal e para o almoço do Dia 25…A solidariedade mostra a grandeza da alma de muitos de nós. Haja quem assim seja.
Nalguns dos nossos serviços há quem se mova com a presunção de que esse espaço é uma cotada sua. Registo a cheirar a mofo… Teima-se, aqui e ali, em não se saber o que é servir…mas uns vão-se servindo do seu estatuto e do seu altar da profissão. E azedamente, têm ainda a lata de afirmar que os Órgãos de Comunicação Social não podem nem devem interfir nos assuntos que não lhes dizem respeito. Nada disso, porque os Órgãos de Comunicação Social são, felizmente, o garante do escrutínio público e da liberdade, para que aos mais desvalidos e não só… os Direitos consignados na Constituição desta República, a Portuguesa, não sejam espesinhados…
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