José Cordeiro, o Arcebispo de Braga, divulgou uma mensagem à Comunidade Paroquial do Divino Salvador e às gentes de Joane.
O prelado decidiu fazê-lo, tendo por pano de fundo as notícias que vieram a público sobre o antigo pároco dessa paróquia, já com 90 anos, as quais informam que terá cometido abusos sexuais a menores.
Manifestando tristeza e dor, face à notícia, aquele membro da hierarquia da Igreja escreve: “Às vítimas e a toda a comunidade paroquial, que se sente provada na fé e escandalizada, desejo manifestar o meu carinho e a minha proximidade e pedir humildemente perdão”.
Afirmando que a Comunidade tem sido exposta ao mediatismo, penitencia-se perante a falha da Igreja, nesse particular. Depois conta os passos, para esclarecer, referindo que se visam apurar a verdade e acolher as vítimas: Em 21 de Novembro de 2019, chegou à Comissão de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis da Arquidiocese de Braga (CPMAV) uma denúncia por parte de uma vítima, relatando ter sofrido abuso sexual por parte do referido sacerdote. Esta vítima mencionou a existência de outras vítimas. Dentro dos limites das suas competências, a Comissão diligenciou no sentido de identificar estas e outras possíveis vítimas, mas sem sucesso. Dois anos mais tarde, chegou à Comissão mais uma denúncia. Ambas as vítimas foram acolhidas e acompanhadas pela CPMAV. Confrontamo-nos, agora, com o elevado número de casos relatados pela Comunicação Social; Tendo a CPMAV enviado os relatórios relativos às duas denúncias à autoridade eclesiástica competente, o então Arcebispo de Braga criou, em janeiro de 2022, uma Comissão de Investigação Prévia, em conformidade com as normativas eclesiásticas à data em vigor. Em maio de 2022, o atual Arcebispo de Braga enviou todos os elementos recolhidos para o Dicastério para a Doutrina da Fé; Por fim, em sintonia com o mesmo Dicastério, em julho de 2022, foram impostas medidas disciplinares ao sacerdote em causa, a saber a necessidade de se abster de exercer publicamente o seu ministério sacerdotal e, de modo particular, a celebração pública dos Sacramentos da Eucaristia e da Reconciliação, devendo recolher-se num clima de oração, reflexão e penitência.
O prelado, na mesma mensagem, revela que “já pedi à Comissão de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis da Arquidiocese de Braga a criação de um Serviço de Escuta destinado a todos quantos desejem partilhar as suas experiências. Este serviço estará disponível na Paróquia de Joane de forma presencial, sendo ainda possível recorrer ao mesmo por via telefónica ou por correio electrónico”.
D. José Cordeiro, conclui: “desejo expressar a cada um de vós a mais profunda gratidão pelo modo como continuais a participar na vida da Paróquia, apesar de tudo o que aconteceu (…)”. E ainda: “ Juntos, somos Igreja sinodal samaritana e não esqueçamos que onde há amor verdadeiro, aí habita Deus”.























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