Foto: Agência Ecclesia
Só uma “antropologia integral” pode defender a humanidade da ditadura dos algoritmos. E precisou, em oportunidade da sua intervenção: “Estamos no turbilhão de uma mudança epocal”.
Essa foi a expressão força do Cardeal D. José Tolentino de Mendonça que falava, recentemente, na sessão comemorativa dos 55 anos da Universidade Católica Portuguesa/UCP, em Lisboa, ao abordar o tema “Que Recursos Espirituais para Enfrentar o Futuro?”.
A intervenção dessa figura carismática da Igreja, destacou a urgência de “ativar e redescobrir” os recursos espirituais e humanos, que podem “fazer ressurgir” a humanidade, como instrumentos primários de socorro para “operacionalizar a esperança e plasmar o futuro”.
“O recurso principal é sempre a pessoa humana”, indicou o prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação. Para o cardeal e poeta, outros recursos espirituais para o futuro são o “espanto”, de quem se reconhece frágil, a “relação”, a capacidade de “aceitar o risco” e a “esperança”.
- José Tolentino Mendonça sustentou que“a ciência não tem de pôr de lado a dimensão do mistério”.O cardeal madeirense apontou a uma “revolução tecnológica, civilizacional e antropológica” em curso, que “visa alterar a configuração da experiência do mundo”.
“Qualquer porção do real pode agora ser traduzida numericamente”, observou, para falar de “uma vida desmaterializada” e “incrivelmente veloz”, sem restrições de tempo nem limites de espaço – sustentou.
Para o cardeal e poeta, a história da humanidade pode ser retratada como uma “conversa”, tanto no nível académico como no trabalho quotidiano, porque em todas as circunstâncias, “a palavra partilhada permanece um reduto”.
“Não seríamos o que somos sem a conversa”, sustentou o responsável da Santa Sé, para quem este encontro de palavras permite uma “abertura de horizontes”.
Comentários sobre o post