Há coisas, em Portugal, por todo o território, de alto a baixo, de lado para lado, que não lembram ao mais pintado.
O Natal é verdade que se pinta, de luzes, de enfeites, de músicas ambientais, de presépios e de todo o tipo de divertimentos, para se celebrar e se festejar. O dinheiro telinta, por esta época, espelhando-o as Entidades Nacionais, Regionais e Locais e, também, certas Instituições, para promover o celebrativo do Nascimento do Menino…
Na minha terra, na vossa e na de todos, neste Portugal soalheiro e com particularidades que nos incomodam e nos preocupam, há quem se entretenha a pagar para lhe montarem todo o tipo de actractivos, os chamados divertimentos públicos, como carrinhos de choque, pistas de gelo, carrocéis, montanhas russas, rodas gigantes – não as da sorte.
Assusta-nos saber que a Instituição tal e tal, por esse País afora, pagou alguns milhares para ter esses atractivos colectivos. Mas incomoda-nos saber que, apesar de desembolsarem avultadas verbas para instalarem esses divertimentos públicos, o cidadão tem de pagar para os utilizar.
Não se percebe este critério. Para mais no Natal. A empresa detentora desse divertimento público ganha a dois carrinhos. Bem se pode dizer que é um verdadeiro bodo aos pobres.
Na roda gigante, espalhadas por muitos lados de Portugal, já se ouve (cito): “nova corrida, nova viagem…”. A corrida sai cara, aos cofres de quem a decidiu orçamentar, para o período de Natal, assim como aos bolsos do povo que gosta de dar uma voltinha… De viver o Natal e dar felicidade aos filhos, aos netos, aos sobrinhos e a outros.
O Natal, por cá…tem esse jeito: coisas à portuguesa, como o cozido, o tinto, as cunhas, as influências e certos negócios com o paladar lusíada…
Ainda há quem pense que na política à portuguesa tudo é transparente, tudo está debaixo de escrutínio…que, na política à portuguesa, os políticos agem com espírito de missão e de serviço.
Há coisas, em Portugal, que já não têm sabor nem cheiro a Natal. Coisas destes tempos…que nos confundem e nos revoltam.
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