O Jardim Suspenso, uma criação imaginária do escultor, quase nonagenário, Charters de Almeida, que vai ser inaugurado na próxima segunda-feira, dia 30, em Famalicão, nas proximidades da Fundação Cupertino de Miranda, na Praça D. Maria II, é sugestiva e captou o consenso da Redacção para a trazer a este “palco”.
Sabemos que estabeleceu polémica, nomeadamente junto da oposição socialista que veio a terreiro denunciar que o Executivo PSD/CDS-PP não levou o tema a uma sessão camarária para ir ao crivo da votação. Nem tão-pouco houve divulgação nesse mesmo plenário quanto ao custo da obra. Amnésias momentâneas que, por vezes, dão certo jeito, mas não são de monta…
Mas a peça escultórica, um pórtico com 5 metros de altura, em aço “corten”, apesar dessa troca de palavras no seio da vida autárquica, vai trazer nova imagem ao local e tem um significado carismático, aliás, que o seu criador lhe pretendeu transmitir. O município numa nota que nos remeteu, explica o simbolismo desse trabalho artístico: “os recortes da peça (no cima da mesma, acrescentamos nós) foram criados de molde a projectar sombras com formato de flores, enquanto a luz assim o permitir, remetendo (…)” para uma determinada leitura “para a esperança, para o conceito de tempo e para a constante transformação do Homem”.
Aos 88 anos, Famalicão homenageia um dos mais renomados artistas-escultores, assim como embeleza uma das suas mais emblemáticas Praças. Não irá mal a Famalicão, por esta obra de arte.
António Barreiros
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