Várias dezenas de adeptos de um Clube croata, o Hajduk Split, criaram distúrbios na noite passada, no Centro Histórico de Guimarães. Tudo se passou na véspera do jogo com o clube da casa. Para mais, e como se sabe, trata-se de uma das mais temidas claques de futebol da Europa…
O futebol continua a incorporar nas fileiras das claques dos seus clubes, grupos que se dedicam a espalhar problemas de segurança pública.
De mentes complicadas, que são consequência de uma alma clubística doentia, a qual levam ao extremo e sem racionalidade, uma boa parte dos membros de claques de clubes de futebol, em antecedência, invadem as Cidades em que a sua equipa vai jogar, entregando-se ao consumo desenfreado e sem regra, de bebidas alcoólicas.
Ora, é essa mistura explosiva – clubismo exacerbado e teor alcoólico elevado – que acaba por produzir esse tipo de distúrbios públicos, os quais prejudicam a quietude e a estabilidade de qualquer Cidade, assim como provocam, na população, sentimentos de medo e de preocupação.
O futebol, uma modalidade que, e como qualquer outra, deveria promover a boa vizinhança, um elevado sentido de desportivo, civismo e cidadania tem dado provas que, através dos clubes e das Entidades que a superintendem, não sabe enaltecer as normas do desporto e nem tão pouco educar os que o seguem, com iniciativas dedicadas a esse objectivo.
O Comando de Braga da PSP, que veio colocar água na fervura, não terá equacionado, devidamente, como se prova pelo registado, o que poderia acontecer com centenas de adeptos desse clube croata.
Não pode – pensamos – uma Cidade e um País ficar refém de simpatizantes de qualquer clube que venha jogar a Portugal, porque não poderá ser “meia dúzia” de rúfias que põe, em causa, a segurança pública e, também, a de bens de comerciantes e de cidadãos, como a própria vida.
A PSP, seja a de Braga ou de outro Distrito onde essa Autoridade exerce a sua missão, anda mal quando não avalia, com tempo, todas as situações que possam acontecer. No terreno, antecedendo qualquer ocorrência, já devem estar os meios, em proporcionalidade, para evitar cenas como a que ocorreram, em Guimarães.
Nas imagens que visionámos não vislumbrámos o Corpo de Intervenção da PSP que, e sob melhor opinião, já devia estar, desde a chegada daqueles adeptos, na área urbana de Guimarães para suster, com prontidão e a adequada repressão, os ímpectos “selváticos” dos croatas.
E uma pergunta: como viajaram, da Croácia a Portugal, com tochas? Não houve, nos aeroportos de partida e de chegada, o que deveria ser uma preocupação das Autoridades, as necessárias vistorias?
Volto a escrever: a democracia sem uma dose, a suficiente, de segurança, começa a estar ameaçada. Há quem se dedique a miná-la. As Entidades, as Autoridades, os políticos e as políticas têm consciência disso e aprontam-se a defendê-la?
António Barreiros
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