“O balanço é extremamente positivo. Foi um fim de semana com muita adesão do público”, começou por traçar Ricardo Carneiro, diretor artístico do Grupo Etnográfico de Joane, responsável pela organização da 12ª Edição da Feira Rural.
Depois de dois anos de interregno, a iniciativa regressou este fim de semana, que, além de promover o folclore tem, como objetivo, a vertente pedagógica: “O folclore é muito mais do que dançar e cantar. Há muito que se pode fazer para preservar uma tradição. Temos de preservar o mercado, o ato de vender, o facto de usar uma balança manual ou até mesmo a troca de produtos. Por exemplo, permite às crianças conhecerem esta realidade da agricultura, dos animais, que nem todas conhecem, porque vivem em apartamentos e não têm acesso”.
Recriar um mercado à moda antiga sempre foi a ideia base, lembra Ricardo Caneiro, no entanto ao longo dos anos, a iniciativa tem sido melhorada. “O evento tem crescido muito. Na primeira edição foi uma coisa muito pequena, muito rudimentar, com condições precárias. Hoje em dia já conseguimos aprimorar, até a própria estrutura das tasquinhas. O crescimento tem sido contínuo e há de continuar a melhorar”, assegurou aquele responsável.
O Parque da Ribeira recebeu pessoas de vários pontos do concelho, que se deslocaram a Joane para uma viagem no tempo. A Feira Rural, na sua essência, teve lugar no domingo, sendo que entre os expositores podiam encontrar-se produtos biológicos, animais, bem como os trajes e artesanato.
Falando com os grupos participantes foi também notória a satisfação, tanto pela retoma do evento, como pela oportunidade de expor e vender os seus produtos. O feedback, ao fim do dia, era positivo “porque venderam muito bem”, revelou Ricardo Carneiro.
“Esta feira serve também para angariação fundos porque somos todos associações culturais sem fins lucrativos. A ideia é que estas associações possam levar daqui um balão de oxigénio, para que possam aguentar a época que aí vem. Por isso, para nós que organizamos, é satisfatório perceber que há um balanço muito positivo”, acrescentou.
As tasquinhas tradicionais foram outro dos pontos de destaque, que estiveram em funcionamento a todo o gás ao longo do fim de semana. Na Feira Rural, também, já tem sido hábito a animação musical e, como tal, não faltou o grupo “Bombos Com Vida”, na manhã de domingo, um encontro de concertinas e ainda a atuação de desgarradas pelos cantadores Pêga e Valter S. Martinho.
De recordar que no sábado, em jeito de aquecimento, a feira fundiu-se com a programação do Motoclube Vadios de Joane, onde foi realizada a Bênção dos Capacetes, seguido de um sunset musical. A animação musical e cultural prosseguiu com os espetáculos de danças de salão pela Associação Joanense Unidança e um concerto do grupo Folk 5.
Para António Oliveira, Presidente da Junta de Freguesia de Joane, esta foi mais “uma excelente aposta, iniciada pelo Grupo Etnográfico Rusga de Joane, como outras que tem tido, exemplo do FamaFolk e a tradição das rosquinhas e dos tremoços”. O “sucesso imenso”, como classificou, reconheceu o investimento e trabalho constante da Rusga de Joane, na realização das suas atividades.
A presença dos mais jovens foi um fator que agradou ao autarca. Assim se mantêm as tradições: “Se há coisa que noto ao longo dos anos, é que antigamente o folclore estava um pouco mais idoso, nos elementos que o acompanhavam, que era fruto dos tempos. Mas cada vez mais, temos exemplos como a Rusga de Joane e o Grupo Infantil e Juvenil de Danças e Cantares de Joane, da quantidade de jovens que têm. Fico muito satisfeito por ver que estes grupos já estão a formar nas várias vertentes, não só no folclore como também nesta vertente lúdica das tradições”.
De lembrar que Mário Passos, Presidente do município famalicense, também visitou o certame, a meio da tarde de domingo, estabelecendo o contacto, quer com a comunidade como com os participantes no evento.
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