Os presidentes de ambos municípios participaram hoje na cidade portuguesa na apresentação do encontro musical que terá lugar dos dias 9 a 11 de setembro.
“Estamos com fome de espetáculos”. Assim anunciava o presidente da Câmara Municipal de Valença, Manuel Rodrigues Lopes, na apresentação hoje quinta-feira, do MUMi 2021, o encontro profissional das músicas do Minho que irá acontecer dia 9 ao dia 11 de setembro. Com ele, o alcalde de Tui, Enrique Cabaleiro González e representando a organização do MUMi, César Cardoso e Manuel Vicente Roxo. “Não temos dúvidas de que o MUMi vai converter-se numa feira musical de referência do oeste peninsular”, sublinhou Cabaleiro. O encontro do sector musical, que terá programação aberta à cidadania, repartirá a sua atividade entre Valença e Tui em 2021 e já temos compromisso e interesse de ambos municípios para 2022. A apresentação de hoje no Arquivo Municipal de Valença foi também uma celebração da abertura da fronteira terrestre entre Galiza e Portugal depois de meses fechada.
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César Cardoso e Manuel Vicente Roxo, representantes da equipa organizadora com estrutura em ambas margens do Minho, remarcaram o carácter de ponto de encontro que terá o MUMi depois de um ano tão difícil para o sector musical pela pandemia. “O MUMi pode ser o ponto de partida para a recuperação criando um espaço de encontro onde veremos as caras e construir uma relação estável entre agentes e empresas galegas e portuguesas”, sinalou Roxo. A organização prepara um programa de encontros para empresas e festivais, atividades formativas e profissionais com muita música ao vivo para os dias 9, 10 e 11 de setembro. “No MUMi sabemos da importância da projeção pública, de programar concertos nas ruas de Tui e Valença abertos à cidadania. Serão mais de cinquenta concertos nas duas edições num território único como é a Eurocidade”, aponta Roxo.
O MUMi é um projeto que vem amadurecido desde há uns anos por um grupo de empresas culturais da Galiza e Portugal, e que tevo uma edição zero em 2020 em Verín, coincidente em datas com o inicio do confinamento, pelo que não pudendo desenvolver-se com plenitude. Na Eurocidade Tui-Valença o MUMi desenvolverá as edições2021 e 2022 já que, tal como sinalou o alcalde de Tui, Enrique Cabaleiro, “este território é o melhor cenário para uma Feira como esta”. Na conferenciada imprensa, na que também estive presente Sonsoles Vicente Solla, responsável de Cultura no concelho de Tui, Cabaleiro fixoua sua certezana magnitude e singularidade de um território como o que formam Tui e Valença. “O futuro da Galiza está em Portugal e boa parte do de Portugal está na Galiza. Estamos perante uma das poucas fronteiras na Europa de carácter urbano. Antes da pandemia, quatro mil cinquecentos veículos cruzavam por dia a ponte entre Tui e Valença, ao qual dá idea das relações sociais, económicas e culturais que estão estabelecidas”, afirmou.
Por seu lado, Manuel Rodrigues Lopes, presidente da Câmara Municipal de Valença, contou que foi dos primeiros vizinhos a passar para Tui no passado sábado 1 de maio, dia em que se levantou o feiche da fronteira. “Nós não temos uma ponte, temos uma rua que nos une, nunca precisamos de passaportes”, sinalou num discurso cheio de afetividade e entusiamo por projetos conjuntos como o MUMi. “De felicitar a coragem da equipa organizadora, falamos de duas cidades interligadas que precisam de horizontes comuns. Durante estes quatro meses, Valença notou muito a falta da alegria dos galegos e estou convencido de que Tui não era o mesmo sem a presença da vizinhança do norte de Portugal. O MUMi 2021 é um embrião de tudo o que pode vir num futuro próximo”, afirmou.
Três dias de música e encontros profissionais em localizações emblemáticas de ambos municípios. Assim será o MUMi 2021. Artistas, agências, empresas, profissionais da gestão cultural, jornalistas e público geral estarão em setembro neste evento que conta com apoio económico de ambos concelhos, que investiram 15.000 euros cada um deles. “O MUMi cria alianças estratégicas e isso é fundamental num momento como o que estamos a viver”, aponta Manuel Vicente Roxo.
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